top of page

Com 90% dos cargos de liderança ocupados por mulheres negras, a empresa brasileira que levou Beyoncé a Salvador está revolucionando o entretenimento

  • Foto do escritor: eolor
    eolor
  • 25 de jul.
  • 4 min de leitura

A IDW Company, empresa de criação e produção de conteúdos e experiências, conta ainda com 80% dos cargos ocupados por mulheres.

IDW Company
Equipe de comunicação da  IDW. Foto: Matheus Leite.

Shows internacionais, eventos em diferentes regiões do Brasil e diversos cases de sucesso com marcas estão entre as principais atribuições da IDW Company — empresa responsável por projetos como o AFROPUNK Brasil, o Negritudes Globo e a surpreendente passagem de Beyoncé por Salvador com o Club Renaissance. A empresa de entretenimento fundada por Potyra Lavor — com 90% do quadro formado por pessoas negras, 80% por mulheres e 90% dos cargos de liderança ocupados por mulheres negras — tem muito a ensinar. 


No competitivo mercado de entretenimento brasileiro, ainda dominado por homens brancos e centralizado nos eixos de São Paulo e Rio de Janeiro, a IDW é como um sopro de transformação. Diretamente de Salvador, a empresa celebra com orgulho a diversidade dos Brasis em que vivemos.


“Na IDW, estamos ativamente construindo um ambiente onde a equidade de gênero e a diversidade não são apenas valores, mas a base de tudo o que fazemos”, afirma Potyra. “Acreditamos que essa representatividade e autenticidade são a chave para criar experiências que emocionam e transformam.”


E elas emocionam. Elas transformam.


"Eu acredito que, para driblar a sociedade em que vivemos e a crueldade do processo, alguém precisa abrir alguma porta"


Com diversas frentes de trabalho ao longo do ano, talvez o AFROPUNK BRASIL seja um dos projetos de maior destaque da IDW. Não é para menos: coordenar e erguer anualmente um festival de marca internacional, com dezenas de artistas e empresas envolvidas, chama atenção de qualquer mídia.


Mas descentralizar o eixo do entretenimento, que ainda é concentrado no eixo Rio-SP, não é uma tarefa fácil — é um trabalho feito de porta em porta. Cada passo da IDW é atravessado por desafios estruturais. “É como nadar contra a maré. A gente entrega um trabalho gigante, mas ainda precisamos dar aulas para o mercado”, diz Ana Amélia Nunes, Sócia e Diretora de Comunicação da IDW.

Ana Amélia Nunes, Sócia e Diretora de Comunicação da IDW.  Foto: Matheus Leite.
Ana Amélia Nunes, Sócia e Diretora de Comunicação da IDW. Foto: Matheus Leite.

A entrega do Club Renaissance, idealizado por Beyoncé, foi outra virada de chave para o mercado — e também para quem trabalha na empresa. Produzido em menos de cinco dias, o evento era inicialmente pensado para um pequeno número de pessoas. No fim, foi uma celebração para três mil fãs. Cada detalhe passou pelo crivo exigente da artista: da lista de convidados à posição de cada fio de cabelo. Beyoncé acompanhou tudo de perto e, no fim, fez questão de receber e agradecer — olho no olho — cada pessoa da equipe da IDW.


“Ela não queria um evento para influenciadores. Ela queria algo para os fãs, queria os nomes deles, queria conferir a lista. E isso tem tudo a ver com a nossa maneira de trabalhar. Quando vimos, estávamos montando uma estrutura de festival em tempo recorde, com fornecedores cancelando por causa da chuva. Mas entregamos. E ela fez questão de agradecer um por um. Não só as lideranças, mas toda a equipe que virou noites para aquilo acontecer”, relembra Ana, em entrevista ao eolor. “Foi um divisor de águas. De repente, a empresa de Salvador, liderada por mulheres, mostrou que podia entregar um projeto grandioso para a maior artista do mundo.”


Essa coerência atraiu não só Beyoncé, mas marcas como Avon, Globo e muitas outras que compreenderam que diversidade não é apenas uma tendência vazia — mas um compromisso real.


A Diretora de Negócios da IDW, Rose Sousa, revela que, apesar do reconhecimento, ainda enfrenta olhares de surpresa. “Já ouvi: 'Nossa, vocês fazem um trabalho de tanta qualidade. Eu não imaginava que vocês tinham profissionais que faziam isso, né?’ Na minha cabeça, eu penso: 'A gente faz o maior Carnaval do mundo, gente, sabe?'. Mas tem pessoas que vivem na bolha de São Paulo que realmente se surpreendem". Hoje, grandes agências procuram a IDW não apenas para projetos, mas para repensar suas estratégias de atuação fora do Sudeste. As marcas nos procuram para criar projetos no Norte e Nordeste porque sabem que a IDW se conecta com o Brasil que se reconhece".

Rose Souza, Diretora de Negócios da IDW. Foto: Matheus Leite.
Rose Sousa, Diretora de Negócios da IDW. Foto: Matheus Leite.

E sobre o impacto so trabalho pós-Beyoncé, Rose completa: “E eu vou lhe dizer: o tratamento com a gente mudou, as portas se abriram. As agendas começaram a ser disponibilizadas. Fomos convidadas pelas maiores agências de São Paulo para falar exclusivamente sobre esse tema. E a gente sempre diz: somos mais do que isso. Mas foi um selo, uma chancela. A gente até brinca que recebeu o 'selo de excelência da virginiana', da maior — e quem conhece, sabe que isso não é um detalhe. Conseguimos entregar tudo em quatro dias úteis.”


MUDANÇA DE MERCACO x OPORTUNIDADES


Mais do que um negócio, a IDW se entende como um espaço de construção, imprimindo uma nova maneira de trabalhar o entretenimento no Brasil, entrelaçando cultura, memória e inovação. “A gente precisa de portas abertas. Um dia abriram uma pra mim”, reforça Ana, destacando que não basta sonhar ou querer, é preciso receber apoio no processo de crescimento. Eu acredito em portas que são abertas. Eu acredito que, para driblar a sociedade em que vivemos e a crueldade do processo, alguém precisa abrir alguma porta. Não basta só acreditar, não basta se ver e se inspirar; a gente precisa de uma porta aberta".


"Quero que os grandes detentores do poder olhem para a IDW com respeito e entendam a potência do que entregamos, e que as pessoas nos vejam como uma fonte de inspiração.

Quero deixar isso para o final: nada é fácil. Nem quando Beyoncé bateu em nossa porta, nem depois", reforça Ana. "Não é como se tivessem mil coisas caindo no meu colo; a gente continua batalhando, levando portas fechadas na cara, tendo que dar aulas para as marcas — porque queremos mudanças genuínas. Mas somos uma empresa, temos salários para pagar, e eu preciso pensar em todas as vidas que estão sob nossa responsabilidade. A mudança só acontece quando é coletiva", finaliza a executiva.


Revolucionar é correr riscos, remar contra a maré e fazer um trabalho de convencimento quase que de porta em porta — porque mudar estruturas exige coragem, paciência e persistência. E é exatamente assim que a IDW vem redesenhando o futuro do entretenimento no Brasil.



Comentários


Não perca nada no eolor! Receba nossas atualizações!

Obrigado por enviar!

  • Ícone do Instagram Preto

© 2019 - 2025 por eolor. Alguns direitos reservados.

bottom of page