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Urias alcança o sublime em CARRANCA, álbum que pulsa com ancestralidade e revolta: “a liberdade está dentro de uma casa na qual eu não posso entrar”

  • Foto do escritor: eolor
    eolor
  • 8 de out.
  • 2 min de leitura
Urias em 'CARRANCA'
Urias em 'CARRANCA'

Uma das alegrias deste jornalista negro que vos escreve é poder compartilhar histórias incríveis por meio de uma revista chamada eolor. Desta vez, te convido a conhecer a jornada de amor e ancestralidade contada por Urias em ‘CARRANCA’, um álbum construído de forma tão sublime que te prende como um filme, ou melhor, como uma embarcação musical traduzindo a cada faixa os sentimentos de liberdade, brasilidade e revolta.


Na introdução do disco, somos apresentados a um poema que diz: “a liberdade está dentro de uma casa na qual eu não posso entrar, um lugar ao qual eu não tenho acesso.” Depois, no segundo interlúdio, o tema se desenvolve e se aprofunda na ideia da vingança como caminho possível para essa liberdade.


Toda a riqueza musical de ‘CARRANCA’, que está detalhada faixa a faixa abaixo, vem somada aos visuais da diretora criativa Ode, seguindo uma narrativa afro-surrealista que permeia diferentes épocas e lugares, fazendo alusões tanto a corpos terrenos, como Josephine Baker e Sarah ‘Saartjie’ Baartman, quanto a orixás e deuses como Oxalá, Iemanjá, Iansã, Hórus e Ptah. “Eu chamo isso de transcorporeidade”, conta Ode. “O filme é um exemplo de como trabalhar com materiais culturais sobre deuses e ancestrais também pode reproduzi-los de forma significativa, e que a autorrepresentação pode ser um caminho para a libertação das noções eurocêntricas e ocidentais de identidade.”


Um dos pontos mais altos do disco está em ‘Águas de um Mar Azul’, música escrita há mais de 50 anos pelo compositor Hyldon, que agora ganha a interpretação riquíssima.


Em ‘CARRANCA’, Urias não apenas canta — ela reencarna vozes. O que antes era casa fechada, agora é porta aberta pela força da arte. Cada batida, cada verso, é um chamado à liberdade que já não se esconde atrás dos muros, mas mora dentro de quem ousa sentir.


Texto: Arthur Anthunes (ARTH)

eolor



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