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The Town 2023: Artistas nacionais foram as melhores atrações; leia análise.

Atualizado: 12 de set. de 2023

Artistas brasileiros entregaram as melhores performances do festival e provaram que são dignos de atração principal.

Ludmilla, Pabllo Vittar, IZA e Glória Groove no The Town 2023. Foto: Reprodução

 

Chegando ao fim no último domingo (10), a estreia do festival na cidade de São Paulo foi marcada por um Line Up bem diversificado e com a presença de artistas nacionais e internacionais. No primeiro dia (2) as atrações foram marcadas pelo rap, já no segundo dia (3) elas foram marcadas pelo pop e a MPB. Na terceira leva de shows, as atrações passaram pelo pop rock, rock e a música pop, mas o que chamou mais atenção nessa reta final, foi como os shows nacionais foram absurdamente superiores as atrações estrangeiras.


Enquanto os artistas brasileiros investiram em estrutura, banda, ballet e visuais, muitos artistas estrangeiros trouxeram apenas um DJ, dois bailarinos e ainda repertórios desconhecidos ou desatualizados. No primeiro sábado (2), a rapper australiana Iggy Azalea foi escalada para o palco principal mesmo entregando o mínimo em seu show e possuindo poucas músicas conhecidas, o que não foi o caso de todas as apresentações do palco secundário do mesmo dia. Nesse palco intitulado The One, os Racionais MC’s convidaram a Orquestra Sinfônica Heliópolis e realizaram um show arrepiante mesmo debaixo de muita chuva.


No primeiro domingo (3), o cantor norte americano Bruno Mars foi um dos poucos artistas a faz jus ao título de Headliner do festival e entregou uma apresentação recheada de hits, cativou o público com seu chame latino, fez questão de falar em português e ainda deu um show de dança com sua banda. Contudo, ainda nesse dia, as atrações nacionais agitaram o público com seus grandes sucessos, como foi o caso de Ney Matogrosso, que no auge nos seus 82 anos realizou um show belíssimo com suas dancinhas de rebolado e os vocais enérgicos.


O rapper cearense Matuê entregou ao público do The Town um performance incrível que além de contar com grandes hits, também mostrou a pluralidade da música nordestina. E para abrir os shows do palco principal, a cantora pop Luísa Sonza, após meses fora dos palcos, retornou dando início a sua turnê baseada em seu novo álbum Escândalo íntimo, onde ela traz diversas referências à musica popular brasileira.


Os shows internacionais realizados no feriado do dia 7 de setembro com certeza foram os menos esperados. Tendo Maroon 5 como atração principal do dia, ficou ainda mais evidente que a entrega dos artistas brasileiros, mesmo apenas com a voz e a banda, como foi o caso de Maria Rita, é muito superior ao que qualquer artista estrangeiro desse dia se propôs a fazer. Ainda que um dos grandes nomes do R&B, Ne-Yo, tenha feito uma ótima apresentação, mostrando que além de interpretar grandes hits dos anos 2000, ele também é compositor de outros tantos, o feriado foi marcado por um dos melhores shows que uma artista pop brasileira já fez.


A cantora Ludmilla prometeu realizar um espetáculo no palco Skyline e entregou muito mais do que esperavam. Eleita como uma das melhores atrações de todo o festival, a artista já foi até confirmada como atração principal no Rock in Rio em 2024. Além de completar a estrutura do palco, Ludmilla mostrou a potência dos seus vocais, deu um show de sincronia com o seu ballet e ainda agitou a multidão com seus grandes hits que vão desde o pagode até o funk.


O último sábado (9) do festival foi marcado pela presença tanto do rock nacional quanto internacional, sendo a banda norte americana Foo Fighters a maior atração e fazendo jus a essa posição. Mas o dia mais esperado e com as melhores atrações, com certeza foi o último dia do festival. O domingo (10) foi marcado pela grandiosidade dos shows nacionais e evidenciou a mediocridade de artistas internacionais que estavam presentes no palco principal, como foi o caso da cantora alemã Kim Petras, que além de não possuir um hit solo, conseguiu entregar um show pior do que a Iggy Azalea e ainda com nenhum carisma.


O último dia começou com uma linda homenagem à Gal Costa pela cantora mineira Marina Sena. Com um repertório completo e arrepiante, Marina se emocionou e emocionou o público que estava assistindo o seu show 100% dedicado a uma das maiores artistas do Brasil. Logo depois, foi a vez de IZA entregar o primeiro show baseado em seu novo álbum AFRODHIT, e como a mesma disse, foi o seu renascimento. Além de uma mega estrutura, figurinos belíssimos e uma banda excepcional, a cantora carioca fez questão de levar 3 artistas que colaboraram com ela em seu álbum. A presença de Mc Carol, L7nnon e Djonga foram de grande valia para esse show que foi muito bem construído e emocionante.


Chegando ao fim da tarde, aconteceu o show que, segundo a Billboard Brasil, era o mais esperado do dia. Pabllo Vittar cantando pela primeira vez com uma banda. A Drag mostrou pra todo mundo que o show é ela, com banda ou sem, ela é o espetáculo, ela consegue segurar o público como ninguém e suas músicas são únicas e eletrizantes. E após essa catarse, Glória Groove estreou seu novo show intitulado "Noites de Glória, a qual ela celebra todas as fases de suas músicas que atravessam todo e qualquer ritmo. A Lady Leste dividiu seu show em atos e entregou uma performance completa e teatral, um conceito que nenhuma outra artista já fez no Brasil. Além da continuidade das músicas, Glória também produziu mashups incríveis e finalizou o seu espetáculo apresentando seu próximo trabalho de estúdio intitulado Futuro Fluxo.


Para finalizar as atrações nacionais, o último artista a se apresentar no palco The One foi o cantor paulista Jão. Colocando um dragão imenso sobre o palco, flutuando sobre a plateia e ateando fogo em suas mãos enquanto tocava piano, o brasileiro encerrou com chave de ouro esse dia. Além de ter números, ele ainda tem demanda. É impressionante como o público cantava todas as suas músicas fervorosamente do início ao fim de seu show.


Portanto, o que fica dessa primeira edição do The Town, é que os artistas brasileiros provaram mais uma vez para os mesmos organizadores do Rock in Rio, que suas apresentações estão muito além de vários artistas internacionais que eles insistem em trazer e ainda conceder os melhores horários de show. Os shows de IZA e Ludmilla foram elencados por diversos portais de noticias como um dos melhores do festival e mesmo sendo a tarde, elas lotaram o autódromo de interlagos com as pessoas cantando todas as suas músicas. Então, fica evidente que os artistas nacionais merecem um reconhecimento maior por parte dos organizadores de festivais, pois além de investirem em seus shows, são eles é que expressam a riqueza e a diversidade musical do país.

 

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